José Almeida Bastos, médico e antigo dirigente internacional da Indústria Farmacêutica, é o primeiro convidado de Março de Pela Sua Saúde, o podcast da APIFARMA em parceria com o Observador.

Na conversa, refere os resultados “excelentes” na exportação alcançados recentemente pela Indústria Farmacêutica e destaca o “trabalho dos empresários nesta área, das empresas, dos seus gestores, das apostas que fizeram, dos altos investimentos que têm sido feitos”.  As unidades fabris são de “primeira qualidade, com enorme qualidade reconhecida”, elogia, e os seus produtos têm como destino “clientes globais de uma enorme exigência”.

Como nota menos positiva, refere duas áreas que necessitam de desenvolvimento urgente: a produção de matérias-primas e a inovação, esta última crucial porque “é impossível internacionalizar sem uma oferta de inovação”. Assume que “não é fácil”, mas que apostar na investigação clínica e na inovação “é a grande forma de conseguirmos colocar a nossa indústria noutro patamar”.

Deixa, pois, um repto ao próximo Governo: olhar para este sector. E recorda que quanto à inovação “fizemos coisas, mas não demos passos definitivos suficientes para passarmos ao nível seguinte”, pelo que agora é preciso “dar dois, três ou quatro passos que ainda não demos com segurança, porque implica ter uma estrutura base de acesso”.

Fundamentalmente, é preciso “apostar claramente em núcleos de investigação bastante mais desenvolvidos” e construir uma “rede hospitalar que tenha investigação clínica desenvolvida e capacidade de gestão”. Com estas ferramentas, seriam dados passos efectivos para realizar mais investigação e ensaios clínicos em Portugal.

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