A realização de um acordo plurianual com a APIFARMA, a aposta na investigação clínica, bem como a modernização do Infarmed, são algumas das prioridades avançadas pela Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, na Conferência “Desafios da Vacinação e Saúde Global | Presente e Futuro”, que decorreu ontem, 17 de Abril, no Centro Cultural de Belém (CCB).
Referindo que já foi “iniciada a construção de um quadro plurianual de investimento e reforço do SNS”, a Ministra avançou a intenção de promover um “acordo com a APIFARMA para os 4 anos de legislatura”. Este entendimento, adiantou, “terá de assumir uma matriz de curto e médio prazo e mecanismos de ajustamento que lidem com a incerteza, numa partilha de risco das responsabilidades”.
Outro ponto em destaque da intervenção de Ana Paula Martins foi a aposta na valorização do Infarmed, referindo a necessidade “prioritária e fundamental” da modernização do regulador do medicamento, num contexto em que as prioridades do Ministério são a “simplificação dos processos, que assumem impactos tantas vezes desnecessários e tantas vezes decisivos na vida das pessoas e das empresas”.
É importante que o Infarmed disponha de mais financiamento, que sejam valorizadas as pessoas que nele trabalham através de “condições atractivas de recrutamento dos melhores”, mudanças estas que serão acompanhadas de “uma transformação da organização e dos processos” num quadro de “ambição, quando nos comparamos com as outras agências irmãs”.
Quanto à investigação clínica adiantou que é necessário “estabelecer um quadro de objetivos, plurianual para a legislatura”, com a ambição de “retirar Portugal da cauda Europa”. O objectivo é “aproximarmo-nos da nossa vizinha Espanha que tem o melhor rácio de ensaios clínicos na Europa”.
Reforçar a confiança nas vacinas
A presença de comportamentos de hesitação na vacinação, “amplificados pela vasta desinformação associada” e o surgimento de casos de sarampo em Portugal foram também abordados pela Ministra da Saúde. “São um alerta”, disse, acrescentando que “há trabalho por fazer e é um erro ficarmos sossegados com as elevadas taxas de cobertura do PNV”.
O Relatório Anual da Vacinação – 2024 que a Direção-Geral da Saúde irá apresentar durante os próximos dias será uma oportunidade de melhor entender o panorama actual, na “expectativa de mobilizar todos os parceiros quanto aos dados que serão apresentados”.
“É preciso reforçar a confiança das pessoas nas vacinas e reforçar o seu acesso equitativo”, defendeu.
