Decorreu ontem, 13 de Maio, no Centro de Congressos de Lisboa, a conferência “MedTech Portugal | Perspectivar o futuro”, promovida pela APIFARMA e pela Associação Portuguesa das Empresas de Dispositivos Médicos (APORMED).
Na abertura desta conferência que marcou, também, o início do Forum MedTech 2025, da MedTech Europe, o director-geral da APIFARMA, Miguel Ginestal, destacou a importância e o valor dos diagnósticos in vitro (DIV) referindo que num dos países mais envelhecidos da Europa, “investir em DIV é apostar na sustentabilidade do SNS, na prevenção, na redução de hospitalizações e na promoção de uma vida mais longa e com mais qualidade”. O director-geral da APIFARMA insistiu ainda na importância da reindustrialização da Europa, e de Portugal, essencial para “terminar com o excesso de dependência externa e recuperar a tão necessária autonomia estratégica”, assegurando, simultaneamente, que não se pode perder “ainda mais terreno e competitividade para outras geografias”.
O presidente do INFARMED, Rui Santos Ivo, representou o Ministério da Saúde na conferência e reforçou o compromisso destas entidades de “manter todos os canais de comunicação” com APIFARMA e APORMED, considerando que o acesso à inovação, avaliação e ganhos em saúde são um “conjunto de questões centrais sobre as quais devemos reflectir e discutir”.
Já enquanto Regulador, destacou o “crescimento significativo” das tecnologias médicas disponíveis em Portugal, com um investimento de cerca de 900 milhões de euros nas entidades do SNS e de 120 milhões de euros de investimento em dispositivos médicos financiados em ambulatório.
Defendeu a necessidade de “encontrar modelos de acesso e financiamento, bem como produtos com preços de referência”, referindo a criação, no INFARMED, de uma comissão exclusiva para as tecnologias de saúde: a Unidade de Tecnologias Médicas e Digital. Ainda quanto ao financiamento, revelou que “as autoridades nacionais têm insistido e alertado para a necessidade de que a nível europeu haja capacidade financeira para que o sistema possa funcionar”.
O presidente do INFARMED afirmou, ainda, que o organismo tem de ter a capacidade de “identificação de tecnologias emergentes e selecção de dispositivos médicos e DIV para avaliação clínica conjunta”.
Na abertura da conferência, Antonieta Lucas, presidente da APORMED, destacou a necessidade de “modelos de financiamento que reconheçam o valor das tecnologias médicas”.
Já o CEO da MedTech, Oliver Bisazza, qualificou a área da Saúde como “um grande puzzle para resolver”, onde as tecnologias médicas são parte da solução, pelo seu valor e por representarem “1% do investimento em Saúde”.
O CEO do SNS, Álvaro Pereira, referiu-se ao “grande desafio” que é o financiamento da inovação, acrescentando que nas Unidades Locais de Saúde há agora mais abertura para tecnologias médicas custo/efectivas. Alertou, porém, para a necessidade de “lembrar aos governantes que estas acrescentam valor, portanto é preciso financiar”.
No encerramento da conferência, Pedro Pereira, o coordenador do Grupo de Trabalho DIV da APIFARMA, sublinhou que os “portugueses não podem ficar para trás nesta revolução” possibilitada pela inovação em DIV.
João Gonçalves, director-executivo da APORMED mencionou ainda o “grande dinamismo” do sector das tecnologias de saúde e o “grande valo que aporta ao sistema de saúde e a quem deles precisa”.
A conferência contou ainda com duas mesas redondas, onde especialistas discutiram o acesso, inovação e financiamento destas tecnologias e a recolha e gestão de dados e saúde.
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