A importância da regulação para a disponibilidade de medicamentos à população foi ontem, 8 de Outubro, destacada pelo presidente da APIFARMA, João Almeida Lopes, no “III Congresso Nacional da Distribuição Farmacêutica | Mais Distribuição, Mais Saúde”, promovido pela ADIFA – Associação de Distribuidores Farmacêuticos.
“O medicamento é dos bens mais regulados” defendeu Almeida Lopes, mas “a regulamentação tem de ser adaptada à evolução da sociedade e não pode ser um travão: tem de ser equilibrada e que acelerar a inovação”.
Reforçou que “as pessoas têm de estar no centro do sistema”, para lembrar que a população portuguesa aumentou e está envelhecida, com maiores necessidades em termos de medicamentos, a que se junta a pressão nos preços. Nesse sentido, recordou o tema da escassez de medicamentos, “que antes da pandemia não se colocava com o peso de hoje”.
A Europa importa a maior parte dos componentes dos medicamentos, e mesmo medicamentos completos, de outras geografias, afirmou, pelo que agora estão evidentes “os problemas associados à estratégia do mais barato”.
É, por isso “importante que o poder políticos e as entidades reguladoras, quer europeus quer nacionais, se debrucem sobre esta matéria e colaborarem” no sentido de mitigar as dificuldades. “Já percebemos todos que é preciso reindustrializar a Europa – Ursula von der Leyen já o disse várias vezes – , mas, na prática, isso não tem acontecido”.
Se não forem dados passos significativos nesse sentido, “se não houver investimento e maior capacidade industrial”, alertou João Almeida Lopes, “temo bem que continuemos a conviver com estes problemas de abastecimento”, o que se repercute na saúde das pessoas e em mais sofrimento.
“Gostaria que o peso da saúde da Economia continuasse a crescer, já é muito grande, e que a Europa, incluindo Portugal, se reindustrializasse na área da saúde e das suas cadeias de valor”, concluiu.