Elsa Mateus, presidente da EUPATI Portugal e da Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas, defende a investigação clínica como “prioridade essencial para as pessoas com doença”. Convidada do podcast “Pela sua saúde”, uma parceria da APIFARMA e do Observador, considera que a intenção já avançada pela Ministra da Saúde de dar prioridade à investigação clínica é “uma das boas prioridades”, já que, entre outras vantagens, “às pessoas com doença interessa sobretudo esta possibilidade de acesso precoce à inovação”.

Elsa Mateus destacou também o crescente envolvimento das associações de doentes neste processo, bem como a participação em organizações internacionais – o que tem permitido que sejam chamadas e tenham um “papel activo no desenho de projetos de investigação clínica e no consequente desenvolvimento desses projetos”. Em Portugal, defende, “ainda continuam a existir lacunas”.

Valorizando o papel essencial da inovação farmacêutica, afirma também que se tem “assistido nos últimos anos a uma enorme evolução no panorama associativo das pessoas com doença”. E, acrescenta, através da ação de EUPATI Portugal e dos seus parceiros, entre os quais a APIFARMA, existe agora “um maior nível de literacia em investigação clínica”.

Chama, porém, a atenção para a necessidade de melhorar o “acesso à informação sobre os ensaios clínicos a decorrer”, nomeadamente “em fase de recrutamento, quais os critérios de inclusão e de exclusão”. Apesar de esta informação ter passado a estar disponível de forma sistematizada na plataforma Portugal Clinical Trials, o facto de a maior parte dela estar em inglês “pode constituir um obstáculo”. Este é um tema a que a EUPATI tem dado atenção, através de formação, sendo “uma das áreas em que as associações de doentes podem ter um papel fundamental junto da comunidade que representam”.

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