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Covid-19

COVID-19: Agravamento da Saúde Mental dos cidadãos

COVID-19: Agravamento da Saúde Mental dos cidadãos

A Convenção Nacional de Saúde manifesta a sua preocupação com o agravamento da Saúde Mental dos cidadãos no contexto da Pandemia de COVID-19 que vivemos.

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Doentes crónicos, jovens adultos com um futuro profissional incerto, desempregados, pessoas com suporte social escasso e/ ou com dificuldades financeiras e as crianças e os adolescentes entre os grupos mais vulneráveis. Ministério da Saúde deve reforçar as respostas no SNS e ponderar urgentemente a possibilidade de convencionar respostas de emergência nesta área.

 

Esta preocupação projetar-se-á no futuro, tendo em consideração as dificuldades que muitos cidadãos já enfrentam ou irão enfrentar: isolamento, preocupações com a saúde e o bem-estar próprio e dos familiares, medo de contágio, conflitos familiares e laborais, medo de perder ou mesmo perda de emprego e dificuldades financeiras, entre outras.

 

A tudo isto acresce o difícil acesso a cuidados de saúde. A pressão causada pelos doentes COVID-19 deixou sem cuidados adequados grande parte de doentes com outras patologias.

Aos doentes COVID-19, com sequelas do ponto de vista psicológico juntam-se as pessoas com outras patologias que não têm tido acesso ao diagnóstico precoce e aos tratamentos adequados. Para além das complicações relacionadas com as suas patologias, estes doentes têm elevada probabilidade de desenvolver problemas psicológicos que podem agravar a sua situação clínica. Aos doentes juntam-se ainda as famílias que viveram e vivem situações indutoras de stress. Há, assim, um grande número de pessoas que estão em risco de sofrer de perturbações mentais e problemas psicológicos.

 

Os grupos mais vulneráveis são as pessoas com doenças crónicas, jovens adultos com um futuro profissional muito incerto, desempregados, pessoas com suporte social escasso e/ ou com dificuldades financeiras e as crianças e os adolescentes. Uma atenção especial deve ser dedicada às crianças e adolescentes onde as repercussões da pandemia se podem fazer sentir mais profundamente sendo, por isso, um imperativo a avaliação e intervenção psicológicas como forma de promover a saúde mental e prevenir um grande aumento de perturbações nesta população.

 

A ciência psicológica tem evidenciado a necessidade, para além do investimento no tratamento da doença mental, de uma aposta forte e urgente na prevenção. Se continuarmos a adiar esta aposta estaremos a assumir a incapacidade de o Sistema de Saúde dar resposta a todos os que necessitam.

 

Para uma resposta eficaz é fundamental o reforço de psicólogos nos cuidados de saúde primários. A realidade é que hoje, no Serviço Nacional de Saúde (SNS), apenas existem 250 psicólogos para dar resposta às necessidades de toda a população portuguesa, muito aquém do desejável.

 

O Ministério da Saúde deverá ter em consideração a realidade que enfrentamos e, em prol da saúde dos Portugueses reforçar as respostas no SNS já existentes com mais recursos humanos, bem como, a ponderar urgentemente a possibilidade de convencionar com o setor privado e social uma resposta de emergência nesta área. É fundamental que se projetem para um futuro próximo estratégias ajustadas à exigente realidade que vamos enfrentar nos tempos mais próximos.