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Vacinas

As vacinas salvam vidas

As vacinas salvam vidas

O compromisso da Indústria Farmacêutica para com as pessoas, a sociedade e a economia é inquestionável

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O último século foi marcado por assinalável desenvolvimento humano nas dimensões económica, social e tecnológica. De entre os progressos conseguidos, os cidadãos identificam frequentemente a saúde e o bem-estar individual como estando entre os aspectos que mais valorizam. A inovação terapêutica e a organização dos sistemas de saúde foram elementos essenciais para avançar e sustentar os ganhos realizados em saúde. É comummente aceite que logo depois da disponibilidade de água potável e dos sistemas de saneamento básico, a medida que maiores ganhos de saúde pública permitiu foi a vacinação.

 

As vacinas permitiram erradicar algumas doenças terríveis – a varíola matou 300 milhões de pessoas no século XX – e prevenir muitas outras. A poliomielite, a difteria, a tuberculose são exemplos de doenças infecciosas muito comuns no passado recente, doenças letais ou altamente incapacitantes, mas que são agora raras no nosso país, porque as vacinas ajudaram a estabelecer a chamada proteção de grupo.

 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a vacinação previne a morte de dois a três milhões de pessoas por ano em todo o mundo, evitando que quase 750.000 crianças sofram de algum tipo de incapacidade. Desde 1990, as vacinas, a par com outros medicamentos inovadores evitaram mais de 110 mil mortes e contribuíram para o aumento da esperança média de vida em 10 anos.

 

Sustentadas por diversos estudos, as medidas de prevenção da doença, e sobretudo a vacinação afirmam-se como medidas de saúde pública custo-efetivas, uma vez que reduzem a morbilidade e geram poupanças ao prevenir consultas médicas, tratamentos e hospitalizações evitáveis. Ainda assim, a dotação orçamental para a prevenção é reduzida no nosso país, pelo que, também numa óptica de sustentabilidade do SNS, deve ser atribuída maior prioridade a políticas de prevenção que privilegiem a vacinação.

 

A recente pandemia veio recordar-nos que ainda temos um longo caminho pela frente, no que respeita à luta contra as doenças transmissíveis. O compromisso da indústria farmacêutica para com as pessoas, a sociedade e a economia é inquestionável e traduz-se no investimento continuado em investigação e desenvolvimento de novas vacinas e medicamentos para doenças ainda sem resposta médica. No entanto, e apenas na Europa, continuam a morrer cerca de 40 mil pessoas por ano devido à gripe, sobretudo idosos, apesar de se tratar de uma doença evitável por vacinação. O mesmo acontece para a pneumonia, ou para a meningite, sendo que existem vacinas para estas doenças.

 

As alterações climáticas, a maior mobilidade dos indivíduos e também o envelhecimento populacional vêm acentuar o risco epidemiológico das doenças transmissíveis. Há, portanto, que tomar medidas políticas que promovam a equidade e protejam os cidadãos mais desfavorecidos, alargando a cobertura vacinal; devemos adotar estratégias de vacinação capazes de proteger os cidadãos para lá da infância e ao longo da vida; é necessário promover serviços de vacinação em maior proximidade às pessoas, por exemplo junto das farmácias comunitárias, contornando dificuldades de acesso à vacinação e evitando visitas desnecessárias às unidades de saúde em contexto pandémico.

 

Em Portugal, o reforço recente do Programa Nacional de Vacinação com a entrada de novas vacinas vem reconhecer a importância deste programa enquanto instrumento essencial de prevenção da doença e investimento custo-efetivo na área da Saúde Pública. A evolução para este novo Plano Nacional de Vacinação foi possível graças ao compromisso entre decisores políticos, profissionais de saúde e indústria farmacêutica, suportado pela inovação e desenvolvimento de novas vacinas que respondem às necessidades epidemiológicas existentes. O apelo vai no sentido da continuação e aprofundamento deste diálogo para um melhor acesso à vacinação em Portugal.

 

César de Jesus
Vice-presidente da Comissão Especializada de Vacinas da APIFARMA