Realizou-se hoje, 24 de Julho, no auditório da Fundação Champalimaud, a CNN Portugal Summit Inovação em Saúde, em parceria com a Pfizer. A APIFARMA marcou presença através do seu director-geral, Miguel Ginestal, que integrou o painel “O futuro dos medicamentos e modelos de financiamento”.
O acesso aos medicamentos inovadores foi um dos temas em debate, num painel em que também participaram o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Helder Mota Filipe, e o vice-presidente do Infarmed, Carlos Alves.
“Nao é correcto reduzir à questão do preço o debate que temos de fazer sobre acesso e finaciamento dos medicamentos inovadores”, defendeu o director-geral da APIFARMA. Para Miguel Ginestal, é fundamental que o processo de avaliação das tecnologias da saúde, considere o valor da inovação terapêutica, pois esta “melhora muito a vida das pessoas”, e introduz “muitas eficiências e poupanças no sistema de saúde”. Simultaneamente contribui também para uma “sociedade mais equilibrada, mais feliz e mais contributiva” e impacta positivamente “as empresas e a economia”.
“Esta é a alteração de fundo que tem de ser feita”, sustentou. “Em vez de avaliar em função do preço é preciso fazer a conta justa do valor que traz às pessoas, à sociedade, à economia e à eficiência dos sistemas de saúde”.
Neste âmbito, o director-geral da APIFARMA assinalou o compromisso de revisão do sistema de avaliação das tecnologias de Saúde (SiNATS) previsto no Acordo, para quatro anos, recentemente assinado entre o Estado português e a Indústria Farmacêutica. “Aguardamos o início dos trabalhos da comissão de acompanhamento da execução do Acordo”, afirmou, para trabalhar a “introdução de melhorias aos tempos de acesso aos medicamentos inovadores”, com o objectivo de os aproximar aos praticados na União Europeia (UE).
Miguel Ginestal afirmou ainda que Portugal tem níveis de investimento público em saúde relativamente ao PIB per capita, muito aquém da média da UE. “Em Portugal investimos em Saúde 6,5%, quando a média da UE é superior a 8%”. E se o investimento em saúde tem vindo a subir, “a fatia dedicada ao medicamento está inalterada desde 2010”, sustentou, contrariando informações perioricamente divulgadas pelos media. “O caminho mais fácil é imputar à Indústria Farmacêutica o aumento, mas isso não é verdade”, afirmou, “temos um recorde da população residente em Portugal” pelo que a despesa com o sistema de saúde “cresceu e vai continuar a crescer”.
Reiterando a disponibilidade da Indústria Farmacêutica para fornecer soluções de saúde inovadoras que “ao mesmo tempo asseguram a sustentabilidade do SNS e do sistema de saúde em Portugal”, defendeu que só é possível fazê-lo encarando “o fundo da questão: precisamos de mais investimento público em saúde”.