A contribuição dos Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM) para aliviar a pressão e promover a sustentabilidade do sistema de saúde foi realçada pela Presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), Ema Paulino, na entrevista de Dezembro da APIFARMA.
Os MNSRM são uma das “formas que as pessoas têm utilizado com maior frequência para tratarem de si próprias”, o que tem permitido que optem “cada vez mais [por] este recurso antes de recorrer a outros níveis de cuidados de saúde”, refere Ema Paulino, acrescentando que as farmácias comunitárias se assumem “muitas das vezes como porta de entrada no sistema de saúde”. Uma realidade que, conclui, “tem permitido aliviar a pressão sobre os diferentes níveis de cuidados de saúde e, por essa via, também promover a sustentabilidade do próprio sistema”.
Também o alargamento da lista de MNSRM tem esta virtualidade, observa a Presidente da ANF, apesar de considerar que “neste momento a tipologia de classificação de medicamentos que temos em Portugal é adequada.”
Ema Paulino defende uma “avaliação e uma monitorização constantes ao nível das indicações terapêuticas e também das substâncias activas que estão disponíveis” para “identificar novas oportunidades de termos medicamentos que sejam adequados ao estatuto de MNSRM” pois “através do enriquecimento da lista de MNSRM de dispensa exclusiva em farmácia, através da adopção de determinados protocolos, se pode, de facto ajudar a reduzir esta pressão que temos sentido no sistema de saúde”.
Nesta conversa, Ema Paulino referiu ainda a importância de “uma maior literacia em saúde, uma maior capacitação da pessoa para adoptar não só estilos de vida saudáveis” mas também ,“quando necessário, a utilização de MNSRM para tratar determinados sintomas”.
Um objectivo para que contribuem as farmácias: “Entram nas nossas farmácias, todos os dias, uma média de 550.000 pessoas” o que representa uma “responsabilidade de intervenção” para “transmitir mensagens de promoção da saúde, de prevenção da doença e de boa utilização dos medicamentos e das medidas farmacológicas e não farmacológicas em geral”.
Destacou ainda “a cooperação com a APIFARMA no programa Tratar de Mim”, na missão de “sensibilizar as pessoas para o tipo de afecções mais comuns que podem ser tratadas com medidas não farmacológicas e com medidas farmacológicas associadas a MNSRM e promover o uso responsável dos MNSRM no âmbito e no contexto destas mesmas afecções”.
Assista à entrevista completa: