A monitorização da APIFARMA às empresas suas associadas sobre a actividade dos ensaios clínicos realizados em Portugal em 2024 revela que estes permitiram que 5.895 doentes acedessem, de forma precoce, a tratamentos inovadores aos quais não teriam acesso. Um número que podia ter sido muito superior, não fosse a persistência de constrangimentos há muito identificados.

Este número revela um aumento de 36% em relação ao levantamento de 2023 e corresponde a um rácio médio de investimento de 8,3 mil euros por doente e de 125 mil euros por ensaio clínico. No total as empresas investiram 46,2 milhões de euros, montante que não inclui os ganhos indirectos gerados pela realização de ensaios clínicos, nem as poupanças proporcionadas ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Em 2024, realizaram-se 450 ensaios clínicos, o que representa um aumento de 3,9% face ao período homólogo. Contudo, devido aos constrangimentos do país, as empresas estimam que 50 ensaios clínicos ficaram por concretizar. Se não houver alterações no contexto, 47% das empresas inquiridas prevê que nos próximos três anos o número de ensaios clínicos no país se mantenha ou até diminua.

Entre as principais dificuldades apontadas encontra-se a falta de autonomia e capacitação dos centros de investigação, a insuficiente valorização dos recursos humanos – nomeadamente o desenvolvimento da carreira de investigação –, e a dificuldade de referenciação de doentes entre os centros.

A APIFARMA reforça, por isso, a necessidade de promover a actividade de investigação clínica em Portugal, removendo os constrangimentos identificados e permitindo que o país se torne mais competitivo na atracção de ensaios clínicos, o que representaria um acréscimo significativo das mais-valias para os doentes, profissionais e sistema de saúde e economia nacional.

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