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APIFARMA, Ensaios Clínicos

Aproveitar a oportunidade para transformar Portugal na área dos ensaios clínicos | Conferência “Ensaios Clínicos | Investigação que dá esperança aos doentes e traz melhor vida a todos”

Aproveitar a oportunidade para transformar Portugal na área dos ensaios clínicos | Conferência “Ensaios Clínicos | Investigação que dá esperança aos doentes e traz melhor vida a todos”

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É urgente aproveitar a oportunidade e transformar Portugal na área dos ensaios clínicos. Esta foi uma das principais conclusões retiradas da conferência “Ensaios Clínicos | Investigação que dá esperança aos doentes e traz melhor vida a todos”, que decorreu no dia 17 de Maio, no Centro Cultural de Belém, com o objectivo de celebrar o Dia Internacional dos Ensaios Clínicos.

Os vários intervenientes na conferência reforçaram a importância dos ensaios clínicos para as pessoas com doença, para os investigadores e médicos – para os hospitais, uma vez que atraem mais inovação e recursos económicos – e, também, para a sociedade, já que permitem melhores resultados em Saúde. Mais ensaios clínicos trazem mais e melhor vida para todos.

Portugal, onde o número de ensaios clínicos tem vindo a crescer, mas abaixo de outros países europeus com que o país se compara,  tem condições para fazer mais investigação e ensaios clínicos, nomeadamente beneficiando da qualidade de recursos humanos e materiais. Foi unânime a conclusão de que não se pode perder a oportunidade de avançar nesta matéria, nomeadamente tendo em conta o recente Despacho n.º 1739/2024, de 14 de Fevereiro, que concede maior autonomia aos Centros de Investigação Clínica (CIC).

A conferência contou com três workshops, com o foco tripartido na importância dos ensaios clínicos para a sustentabilidade dos serviços de saúde, na colaboração necessária entre stakeholders para fortalecer os ensaios clínicos e na forma de operacionalizar e potenciar a autonomia dos CIC para realizar mais ensaios.

  • Nas conclusões da conferência,  Eurico Castro Alves, médico e Presidente da Convenção Nacional da Saúde foi o keynote speaker do primeiro workshop, que salientou a necessidade de “fazer, contribuir e ajudar a alavancar a área dos Ensaios Clínicos,” para que Portugal deixe de estar na cauda da Europa no que se refere a este indicador. Referiu ainda a urgência de reunir dirigentes e operadores na prossecução deste objectivo, para que “possamos estar no grupo dos melhores, muito mais rápido do que pensamos”. Um trabalho que, acrescentou, começa “quando sairmos desta sala”.
  • Nadim Habib, Professor da Nova School of Business and Economics e Consultor Internacional, foi o facilitador do segundo workshop. A sua intervenção, nas conclusões da conferência, foi focada no papel e no envolvimento dos doentes no pré desenvolvimento e desenvolvimento de ensaios clínicos, na sua execução e na disseminação dos resultados alcançados. É necessário assegurar que “voz dos doentes é envolvida” no processo de desenvolvimento, considerou. É ainda importante fazer uma aposta significativa na literacia em saúde e no envolvimento das associações de doentes no recrutamento e o feedback dos participantes nos ensaios foram outras necessidades que referiu.
  • O workshop onde foi abordada a autonomia dos CIC teve como facilitador José Dinis, Médico e Director do Programa Nacional das Doenças Oncológicas da Direcção-Geral da Saúde. “O Despacho de 14 de Fevereiro é o início da história”, defendeu, colocando em destaque exemplos de modelo de CIC autónomo. Este modelo dá confiança para que o sector político delegue competências nestas estruturas. Por outro lado, abre possibilidades em termos de retorno económico o que são fundamentais e incentivam à investigação em unidades do SNS. “É todo um Mundo novo que se abre”, considerou.

Dos três workshops, ficaram ainda muito claros quatros objectivos a concretizar rapidamente:

1 – Criar infraestruturas de dados para mais rápida identificação de doentes potenciais candidatos a ensaios;

2 – Não duplicar camadas de decisão e burocracia no novo regulamento europeu de ensaios clínicos;

3 – Definir uma estratégia clara para colocar Portugal no radar dos países amigos da investigação e dos ensaios clínicos;

4 – Utilizar as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a área dos ensaios clínicos, considerando-se que foi usado para recuperar atrasos estruturais, mas não para um mercado competitivo como os ensaios clínicos.

O compromisso da APIFARMA com a promoção da investigação clínica foi reforçado por André Vasconcelos, coordenador do Grupo de Trabalho de Inovação da Associação, que abriu a conferência.

 

 

A sessão contou, ainda, com o testemunho de Filomena Pereira, que partilhou uma história inspiradora e de coragem sobre a sua participação num ensaio clínico.

 

No final da conferência, o Presidente da APIFARMA, João Almeida Lopes, destacou a importância do envolvimento de parceiros como a EUPATI e a AICIB. Realçou também o aumento na aprovação de ensaios clínicos em 2023 e o Despacho que veio dar mais autonomia aos CIC. É necessário não perder janelas de oportunidade, reforçou, “é tempo de agir para mais saúde”.

 

Também no encerramento, a Secretária de Estado da Saúde considerou essencial trazer os doentes para a discussão em torno dos ensaios clínicos. Ana Povo recordou a importância da investigação clínica para a evolução da medicina, desenvolvimento de novos tratamentos e da prática clínica, afirmando que o Ministério da Saúde “está atento” ao facto de Portugal estar abaixo de todos os indicadores nesta área.

A Secretária de Estado defendeu, por isso, a necessidade de valorizar os profissionais de excelência do SNS, que “importa cativar e fixar” e declarou ainda que num cenário em que a tecnologia oferece melhores cuidados aos doentes, a investigação clínica é “esse garante” para os tratamentos inovadores.

Veja aqui o vídeo resumo e aqui a galeria de fotografias.