De acordo com um inquérito realizado pela APIFARMA às empresas suas associadas, os ensaios clínicos trouxeram para Portugal um investimento directo de 231,6 milhões de euros entre 2019 e 2022.
Números que poderiam ter sido muito superiores se não existissem constrangimentos como a baixa taxa de recrutamento de doentes, demoras no tempo de aprovação, falta de autonomia e capacitação dos centros ou, entre outros factores apontados, uma insuficiente valorização dos recursos humanos existentes.
Em consequência destas dificuldades, estima-se que nos últimos quatro anos as empresas deixaram de realizar 210 ensaios clínicos em Portugal, o que representa 48% dos ensaios activos em 2022 e uma perda directa para o país estimada em 33 milhões de euros.
Caso o contexto se mantenha, a maioria das empresas inquiridas considera que a evolução expectável para os próximos 5 anos é a de manter ou diminuir o número de ensaios clínicos a realizar em Portugal. Em sentido inverso, se as dificuldades apontadas forem ultrapassadas, num futuro próximo as empresas poderiam aumentar em 43% o número de ensaios clínicos que realizam em Portugal.
A APIFARMA realça, assim, a necessidade de apostar numa estratégia de autonomia dos centros de investigação e da dotação de meios técnicos necessários para remover os constrangimentos apontados e permitir ao país captar projectos internacionais estruturantes que respondam aos desafios do sistema de saúde e da economia nacional, com ganhos evidentes para o doente, para os profissionais de saúde e para o Estado.
Consulte o documento aqui.