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Mais organização e celeridade para melhorar o acesso à inovação

Mais organização e celeridade para melhorar o acesso à inovação

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O acesso a medicamentos inovadores pode ser melhorado se houver mais celeridade na sua aprovação e se existir mais organização do SNS defendem Ana Sampaio, Presidente da Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino, Colite Ulcerosa & Doença de Crohn (APDI), e Alexandre Guedes da Silva, o Presidente da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM), convidados deste mês do podcast “Pela Sua Saúde”.

Apesar de considerar que “existem patologias com mais dificuldade no acesso à inovação, principalmente as patologias mais raras”, Ana Sampaio afirma que “no fundo quase todas têm dificuldade”. Um problema que explica pela demora na aprovação de medicamentos inovadores. “Uma das coisas que nos assusta é o tempo que se demora a aprovar a comparticipação de um medicamento em Portugal”, desabafa a Presidente da APDI, pois “o Infarmed leva muito tempo a dar o ok” –período que “às vezes é de quase dois anos”.

Face a este cenário, Alexandre Guedes da Silva considera que “é muto importante o país olhar para o facto de o Infarmed precisar de muito mais técnicos”. Revela, também, a sua preocupação por as “associações de doentes estarem muito marginalmente ligadas a este processo de aprovação dos medicamentos”. Deveriam “estar muito mais envolvidas e, sobretudo, informadas sobre o que se passa”, o que lhes possibilitaria “interagir com o regulador de maneira a fazer perguntas”, nomeadamente sobre a demora nos prazos de aprovação.

O Presidente da SPEM levanta outra questão que considera ter um impacto importante no acesso à inovação: a desigualdade no acesso. Refere em especial as terapias muito exigentes em termos de vigilância, o que leva a que estejam disponíveis em apenas “meia dúzia de hospitais” pois os medicamentos inovadores “muitas vezes trazem protocolos de administração e vigilância do doente que são incomportáveis para pequenos centros hospitalares”.

Aliás, acrescenta, esta situação “tem feito migrar para o litoral muitos doentes do interior porque sentem que a sua situação se está a agravar e que a única solução que têm é mudar para um hospital muito longe de sua casa”.

Ana Sampaio considera que “o maior problema do SNS como um todo é a sua organização”, já que “está muito organizado em função dos profissionais de saúde e não em relação às necessidades dos doentes”.

O Presidente da SPEM concorda. “O que devia existir era a agenda do doente”, afirma, acrescentando: “se me desloco ao hospital que está 300 km de minha casa, é bom que nesse dia eu consiga fazer todas as consultas e tratamentos que preciso, pelo menos nesse mês”. É essencial, assim, que “todo o sistema passe a girar em volta da gestão do caso do doente”.

Ouça este e todos os podcasts na íntegra aqui.