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Contributo da Saúde na pegada ecológica

Contributo da Saúde na pegada ecológica

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Minimizar o impacto do sector da saúde no ambiente implica a colaboração de todos os intervenientes no sistema, defendem os convidados do podcast de Janeiro da APIFARMA: Luís Campos, médico e presidente do novo Conselho Português para a Saúde e Ambiente (CPSA), e Nuno Flora, presidente da Associação de Distribuidores Farmacêuticos (ADIFA).

Luís Campos aponta quatro problemas relacionados com alterações climáticas que impactam na saúde: sobrepopulação, alterações climáticas, depleção das reservas naturais e a degradação dos ecossistemas. O médico indica que, de acordo com as estimativas, ocorrem 13 milhões de mortes, por ano, devido a doenças relacionadas com o ambiente e particulariza, por exemplo, com as “temperaturas extremas”, que podem contribuir para o aumento do risco de doenças cardio e cerebrovasculares. Refere também que apesar de haver “um discurso político muito ambicioso”, na realidade, “há uma décalage entre o que que está feito no terreno e o que podemos fazer, nomeadamente na área da saúde”.

“Se queremos deixar às próximas gerações não problemas, mas soluções, temos de melhorar, procurar alcançar os objectivos de neutralidade carbónica e realizar uma transição ecológica, que seja simultaneamente inclusiva e sustentável”, observa Nuno Flora, defendendo que é algo que não é possível fazer “isoladamente”. “Cada sector pode ter as suas metas, pode aplicar as suas medidas, pode estimular os seus associados, as suas empresas a fazê-lo, mas tem de haver uma conjuntura mais global, a nível de todas as cadeias de valor, para se atingir estes objectivos”, destaca.

Luís Campos corrobora, já que, no seu entender, enfrentar o desafio ambiental exige “a colaboração de todos, porque é um problema complexo e não há soluções simples para problemas complexos”.

Do lado das soluções está o CPSA, promovido por Luís Campos para dar corpo à “obrigação ética [dos profissionais de saúde] de se envolverem nesta luta”. Segundo o médico, com “um programa ambicioso para 2023”, em três meses de vida “reúne cerca de seis ordens profissionais, 14 sociedades científicas, 11 associações [entre as quais a APIFARMA], além de associações de doentes, da Santa Casa de Misericórdia, Montepio, três grupos privados de saúde e várias instituições académicas”. Entre os seus objectivos, sublinha a importância do aumento da “capacidade dos profissionais de saúde para intervirem nestas questões”.

A ADIFA, que também é membro do CPSA, tem criado iniciativas com o intuito de diminuir a sua pegada ecológica. A título de exemplo, promoveu um estudo sobre o impacto ambiental da distribuição farmacêutica e a sua transformação ecológica, sendo que está em curso um processo, visando uma procura de soluções, estando neste processo incluídas acções como a optimização das rotas de distribuição, a transformação automóvel, uma maior utilização das energias verdes ou a desmaterialização dos processos. Nuno Flora garante que já existem resultados concretos e indica que entre 2019 e 2021 esta indústria registou “uma redução de cerca de 9% nas emissões de CO2”, porém, afirma que estão em cima da mesa “objectivos mais ambiciosos”.

Ouça este e todos os podcasts na íntegra aqui.